segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Um ano novo cheio de esperança para você!

Se tem uma postagem que estou ensaiando há tempos para publicar aqui, essa seria sobre Chico Mendes. Confesso que continuarei ensaiando por muito tempo ainda haja vista o meu despreparo para falar deste grande homem.




Na verdade, eu poderia falar de outras pessoas que admiro como Carlos Drummond Andrade, ou Chico Buarque de Holanda, por exemplo, mas falar de Chico Mendes me intimida. Talvez seja porque sua historia mexeu comigo quando eu era criança.




Outro dia eu vi um documentário sobre ele na Discovery Channel, emocionada, decidi escrever mesmo não sabendo o que escrever, até mesmo porque quando penso em publicar uma mensagem para 2009, logo me vem a mente os termos, esperança, sonhos, lutas, ideais. Percebi, então, que para mim, pela minha historia de vida, das coisas que aprendi, li, assisti, e que ouvi, seja em casa, escola, ou através dos meios de comunicação, um exemplo que tenho guardado em minha mente desde criança que espelha todos estes termos é FRANCISCO ALVES MENDES FILHO.

Desde menina as imagens de Chico Mendes me chamavam a atenção. Enquanto crescia, ia entendendo que ele era muito mais do que um homem bonzinho, o que para muitos naquela época era só o papai noel.




Eu via as pessoas assistindo filmes, ou finais de novelas e ficarem emocionadas ou abaladas com determinadas cenas, e o que realmente me deixava assim era quando via algo sobre Chico Mendes na televisão, a morte dele me deixava triste. Acho que na época eu achava que o seu trabalho, a sua causa tinha que ter um final feliz, não porque a Branca de Neve , a Cinderela e seja lá quem for tiveram, mas porque mesmo sendo muito nova, mesmo não entendo muito eu sabia que aquilo era injusto. Eu via esperança no seu sorriso, eu via sonhos, e via fé em realiza-los, fé nas pessoas! E sabe de uma coisa, eu ainda vejo.




Quando se lê os jornais, ou se vê noticias enfocando corrupção, tanta desigualdade social, discriminação, crianças miseráveis varrendo farelo de alimentos daqueles caminhões de abastecimento às famílias carentes e ao mesmo tempo deputados escondendo dinheiro na cueca, e tanta coisa, meu DEUS, tanta coisa, é lógico que qualquer ser humano ficaria desmotivado com esse país. Mas quando penso naquele extrativista, que iniciou sua luta pela autonomia dos seringueiros, foi galgando degraus de conquistas políticas e sociais apesar de ter sido perseguido, torturado e morto, volto a ter esperança. Seu projeto continua, assim como está escrito no site do comitê Chico Mendes: Ele vive! Ele vive porque nunca perdeu sua fé, nunca deixou de crer naquilo que realmente acreditava mesmo que o preço a ser pago fosse alto demais. Passaram-se vinte anos e ele não caiu no esquecimento, suas idéias continuam vivas.




É isso que desejo a todos vocês nesse ano que se aproxima, que cada um de nós nunca percamos a capacidade de acreditar, de ter ideais, de crer neles apesar das circunstancias, que possamos ligar a TV não para assistir baixarias mas que possamos dar audiência àquilo que realmente nos edifica, que nos ajude a crer sempre no num futuro melhor para o nosso país. E, como profissionais de comunicação, possamos sempre nos empenhar para isso, nem que dure dois, oito, dez, vinte anos!



Feliz 2009!

Sofrimento

Vou fazer aqui uma colagem básica. E daí?!


Estava passando por um momento difícil e meu grande amigo me encaminhou um texto do Padre Fábio de Melo. Também não sou católica, e daí?!


Admiro muito o trabalho dele e o texto em questão, me fez refletir não apenas sobre o conteúdo em si, que por sinal é muito edificante, mas também por uma das coisas mais preciosas que devemos cultivar: a amizade. É tão bom falar com alguém, desabafar com alguém que confiamos, que chora com a gente, e que às vezes pode não saber o que dizer, mas encaminham mensagens de consolo. Isso parece patético, e daí?!
Acredito que nunca se deve subestimar o valor de uma verdadeira amizade, principalmente
quando lembro daqueles que fingiram ser amigos por algum interesse etc. O texto não tem nada a ver com o meu blog, ok, e daí?!
Nem sei ao certo quem o acessa, muitos são grandes amigos meus, mas outros nem conheço, portanto, abaixo está um texto para você, que acabou de entrar aqui, sendo amigo meu ou não, fiz um “ctrl+c” “ctrl+v” básico e com muito carinho para você. Claro, tendo a consciência de que todos os direitos estão reservados ao autor, Padre Fábio de Melo”, que publicou este texto no site da Canção Nova cujo o link especificado abaixo.
Leléo obrigada por sua amizade! Te amo muito mano! Deus te abençoe ricamente.



Um grande abraço.



"Quando o sofrimento bater à sua porta


Sofremos demais por aquilo que é de menos

Sofrer é como experimentar as inadequações da vida. Elas estão por toda parte. São geradas pelas nossas escolhas, mas também pelos condicionamentos dos quais somos vítimas.
Sofrimento é destino inevitável, porque é fruto do processo que nos torna humanos. O grande desafio é saber identificar o sofrimento que vale a pena ser sofrido.
Perdemos boa parte da vida com sofrimentos desnecessários, resultados de nossos desajustes, precariedades e falta de sabedoria. São os sofrimentos que nascem de nossa acomodação, quando, por força do hábito, nos acostumamos com o que temos de pior em nós mesmos.
Perdemos a oportunidade de saborear a vida só porque não aprendemos a ciência de administrar os problemas que nos afetam. Invertemos a ordem e a importância das coisas. Sofremos demais por aquilo que é de menos. E sofremos de menos por aquilo que seria realmente importante sofrer um pouco mais.
Sofrer é o mesmo que purificar. Só conhecemos verdadeiramente a essência das coisas à medida que as purificamos. O mesmo acontece na nossa vida. Nossos valores mais essenciais só serão conhecidos por nós mesmos se os submetermos ao processo da purificação.
Talvez, assim, descubramos um jeito de reconhecer as realidades que são essenciais em nossa vida. É só desvendarmos e elencarmos os maiores sofrimentos que já enfrentamos e quais foram os frutos que deles nasceram. Nossos maiores sofrimentos, os mais agudos. Por isso se transformam em valores.
O sofrimento parece conferir um selo de qualidade à vida, porque tem o dom de revesti-la de sacralidade, de retirá-la do comum e elevá-la à condição de sacrifício.
Sacrifício e sofrimento são faces de uma mesma realidade. O sofrimento pode ser também reconhecido como sacrifício, e sacrificar é ato de retirar do lugar comum, tornar sagrado, fazer santo. Essa é a mística cristã a respeito do sofrimento humano. Não há nada nesta vida, por mais trágico que possa nos parecer, que não esteja prenhe de motivos e ensinamentos que nos tornarão melhores. Tudo depende da lente que usamos para enxergar o que nos acontece. Tudo depende do que deixaremos demorar em nós. (...)"

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A Apple de Springfield



Os Simpsons não perdoaram nem a Apple! Durante um episódio exibido da 20ª temporada, a “maçanzinha” mais famosa do mundo foi abordada metaforicamente através dos comentários irônicos dos personagens.

Dentro da loja, Homer se surpreende com a "Mycube" --em referência à loja em formato de cubo de vidro--, enquanto Lisa desiste de comprar fones de ouvido, que são vendidos por US$ 40 (R$ 94) no desenho animado.
"Não posso comprar nenhum desses produtos, mas posso comprar fones brancos falsos para que pensem que tenho um Mypod?", pergunta a filha de Homer.
Em outro momento, Bart imita a voz de Steve Mobbs -em referência ao fundador da Apple, Steve Jobs- zombando dos clientes da marca.
"Vocês pensam que são 'cool' porque compram um telefone de US$ 500 com uma imagem de uma fruta. Adivinhem o quê? Sua fabricação custa US$ 8 e mijo em cada um deles", diz Bart antes de ser perseguido pelos funcionários da loja.
” (Folha online)



Quando li essa reportagem no site da uol , tive a impressão que os personagens do seriado falavam a mesma lingua de Carlos Drummond de Andrade em seu poema Eu, etiqueta. Gosto tanto desse poema que até havia publicado anteriormente nesse blog, mas vale a pena ler um pedacinho dele aqui de novo.


"Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação."

Trecho de "Eu, Etiqueta" - Carlos Drummond de Andrade